Passaram mais de dois anos depois do último concerto e a poucas horas do regresso, DD Peartree não esconde alguma ansiedade, não só por voltar a tocar ao vivo mas porque há novos temas a estrear quando o relógio assinalar as 21 horas desta sexta-feira, no café Oficina, no Armazém do Mercado. Será ele a abrir o I Festival Itinerante de “One Man Band” intitulado “Um ao Molhe.”

“Tenho composto muitos temas novos mas não tenho tocado ao vivo há muito tempo. Andei cinco ou seis anos a tocar e a cantar os mesmos temas, por isso é importante para mim apresentar o novo trabalho com novos assuntos e partilhá-lo com as pessoas para ver como será recebido”, confessa o músico ao AgoraMadeira.

Reconhecendo “alguma saturação” com os temas antigos não por não se identificar com eles mas “porque a vida também mudou desde então”, DD Peartree encara a noite de hoje com grande entusiasmo.

“Estou ansioso no bom sentido. Há sempre alguma ansiedade antes de começar mas depois de terminar a recompensa é sempre muito maior. Ainda para mais, o evento que é, e com amigos presentes, será ótimo”, afiança.

E para os interessados, aqui fica um “cheirinho” daquilo que podem esperar da parte do músico com fortes ligações à Madeira: “São temas mais despidos. Na mesma, com uma base acústica mas com menos camadas em cima como antes. As temáticas são um misto de ficção e interpretação minha das coisas”, revela, assumindo que mantém uma influência musical muito variada. “Gosto de muita coisa. Ouço de tudo e tento ser o mais aberto possível.”

Embora reconhecendo a dificuldade no concretizar do objetivo, DD Peartree não tem dúvidas do que pretende fazer com os novos temas. “Gostava de registá-los para não os perder e gostava mesmo de lançar um novo álbum, quem sabe este ano. Vai depender do investimento e de conseguir uma boa relação qualidade-preço”, admite.

QUEM É DD PEARTREE?

DD é alcunha de infância, diminutivo de Dieter Daniel, já o nome Peartree é simples: é, nada mais nada menos, do que a tradução para inglês do sobrenome Pereira. O pai é madeirense, a mãe irlandesa, mas DD Peartree nasceu em Londres onde viveu até aos oito anos. Rumou à Madeira, onde esteve até ao final da adolescência, viveu também em Lisboa e ainda na Noruega em duas épocas distintas.

“Comecei a trabalhar relativamente cedo de forma a conseguir dinheiro para investir na música. Fiz de tudo um pouco em várias áreas…Para cada Madonna há 100 mil pessoas que não conseguem por isso a música é uma paixão e tem de ser encarada dessa forma…”, realça o músico.

Em 2008, DD Peartree consegue fazer chegar alguns dos seus temas a rádios regionais e conseguiu também juntar dinheiro para gravar o primeiro álbum: metade foi gravado na Madeira e outra metade em Viana do Castelo para sair mais barato. O “Twists and Turns” ficou pronto em 2010 mas só foi lançado em 2012 por uma editora…norueguesa. “Não consegui editora em Portugal, apesar de ter tido temas a passar na Super FM durante largos meses e na Antena 3 nacional. Em 2010 fui incluído na FNAC Novos Talentos, que foi quase uma rampa de lançamento para mim”, assume.

Da Noruega surgiu depois o interesse no lançamento do álbum mas com a condição de este ter de ser promovido lá. “Voltei para lá, para um mercado grande, que é menos focado no que é mais comercial, e tive relativo sucesso. Andei a tocar muito, passei muitos nas rádios e causei algum interesse na imprensa”, conta, lembrando que o regresso à Madeira aconteceu no final de 2013.

O futuro será sempre dividido entre a música e outra paixão de Dieter Pereira – a agricultura biológica. Contacto com a natureza que preenche a vida do jovem músico que olha para a vida de forma realista mas ambiciosa.

Artigos semelhantes

0

0