Madeirenses sem expetativas para mandato de Rousseff

Madeirenses sem expetativas para mandato de Rousseff

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A comunidade madeirense no Brasil não espera mudanças decorrentes do segundo mandado da presidente Dilma Rousseff. Os madeirenses elegem como principal problema do país a corrupção, o desinteresse do governo brasileiro pelos emigrantes e o acesso à Saúde.

Armindo Faria, presidente da Casa da Madeira de Santos, uma instituição com 80 anos de existência, reconhece que as famílias instaladas há várias gerações no Brasil estão estáveis graças à sua capacidade de trabalho. O problema, refere, são os emigrantes recentes. Armindo Faria conta o caso de um madeirense que, nos primeiros 15 dias de permanência no Brasil, contraiu dengue.

“Como não tinha ainda plano de saúde, ele foi obrigado a recorrer aos serviços estatais que se recusaram a atendê-lo. Tivemos de intervir junto do Governo para ser tratado. Isto é um inferno: não tem saúde pública, nem segurança”, lamenta.

O madeirense natural da Ribeira Brava revela-se pouco optimista com o segundo mandato de Rousseff que considera estar ‘agarrada’ ao poder. “Estamos há anos lutando para sermos uma nação de valor, mas a corrupção e a governabilidade imposta nao tem nada a ver com o valor moral que fomos criados. O Brasil perdeu a sua imagem de país sério”, conclui.

Corrupção e saúde precária desencanta
José Tiago Martins reside no Brasil há pouco mais de dois anos. O jovem natural do Faial tem mestrado em Engenharia Civil – Infra estruturas de transportes e é nessa área que trabalha. Admite gostar da vida no Brasil, mas a corrupção e a insegurança são problemas que o preocupam.

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O jovem de 27 anos faz um retrato pouco positivo do país onde vive. “O serviço público de saúde é péssimo, o que me leva a pagar um convénio médico para poder ser bem atendido, os transportes públicos também não estão bem… O sistema de abastecimento público de água é mau… quase faltou água no mundial de futebol. Enfim.. É um país dos impostos”, sublinha.

Para quem pensa emigrar para o Brasil, Tiago aconselha a se preparar para enfrentar muita burocracia. A vida no Brasil é mais fácil, acrescenta, para quem tem licenciatura ou mestrado. “Se o imigrante tiver um nível superior de estudos e estiver empregado na área que estudou, acaba por ter um salário razoável e viver bem. Se não tem, já é mais complicado”.

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