Ainda temos uma réstia de esperança

Ainda temos uma réstia de esperança

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Adelino Camacho / Dirigente Nacional e Coordenador Regional da ASPP/PSP – Madeira.

É com muita seriedade e honestidade que hoje volto novamente a escrever para o “AgoraMadeira”. Agora “despido da minha farda”, sinto outra “liberdade” para projectar nova opinião sobre determinadas matérias que afectam infelizmente os profissionais da PSP e da própria instituição que serve a população Portuguesa desde 1878.

Embora a minha última opinião tenha sido para elogiar o meu colega, amigo e ex-presidente ASPP/PSP, Jorge Silva, desta vez a minha opinião pode ser “polémica” e criar alguma celeuma e burburinho pelos corredores da Polícia.

A ASPP/PSP, tinha e tem, obrigatoriamente, de voltar a este tema: o ESTATUTO PROFISSIONAL. Apesar de não ter sido motivo de discussão e de aprovação no último Conselho de Ministros realizado em Lisboa no pretérito dia 13 de agosto, não pode estar, nem ser encerrado, e têm de ser feitas mudanças de natureza urgente, onde, mais uma vez, as alterações que foram acordadas entre os vários sindicatos da PSP com o Ministério de Administração Interna (MA) ficaram novamente na gaveta.

Somos, com este tema, convidados a pensar principalmente nos milhares de profissionais que continuam nos escalões intermédios perdendo dezenas de euros mensais, nos chefes e nos subcomissários de carreira que ficaram estagnados nos respectivos postos e nos agentes, por serem os mais vulneráveis e efectivamente desprezados pela própria instituição que servem o cidadão e o Estado com a sua farda. É a autoridade do Estado que está representada no uniforme.

Muito se tem dito e muito se tem escrito e falado sobre como é que o MAI vai cumprir as suas promessas. Nem a ASPP/PSP nem ninguém sabe o que vai acontecer e muito honestamente creio que qualquer que seja a decisão do Governo, nos próximos tempos os nossos profissionais e a PSP não deixarão de passar um longo período de dificuldades porque os problemas da Nossa Instituição não são apenas os Estatutos nem a sua Lei Orgânica.

A ASPP/PSP, em representação da maioria dos Polícias, não pode deixar de facto de mostrar a sua total indignação pela forma desrespeitosa como o MAI está a tratar os Polícias, daí que pedíamos e apelávamos à Senhora Ministra da Administração Interna para que não se esqueça dos profissionais da PSP, os quais servem tão bem e de forma humilde a população Portuguesa.

Dir-me-ão que é cedo para fazer um balanço final e decisivo, quando ainda o Conselho de Ministros ainda tem mais duas reuniões. E é provavelmente verdade. Mas nós não gostamos do que vemos e não será para o nosso bem-estar que deixaremos de dizê-lo (tenho e qualquer polícia ainda tem uma réstia de esperança na Aprovação do Novo Estatuto Profissional, que para nós funciona como uma “ Bíblia Sagrada”).

Simplesmente gostava de dizer que olho para os nossos associados, olho para a instituição que tanto gosto e represento e assumo que estamos desconfiados. Não podemos, no entanto, deixar de acreditar que ainda pode ser possível uma decisão favorável em prol dos profissionais da PSP sob pena do MAI perder de vez a nossa confiança. Por isso, ainda temos uma réstia de esperança.

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