Caso de coronavírus gera apreensão e revolta na Universidade da Madeira

Caso de coronavírus gera apreensão e revolta na Universidade da Madeira

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Está a causar apreensão e revolta entre os alunos do curso do 2º ano de Psicologia da Universidade da Madeira (UMa) o facto da direção da instituição não ter dado instruções à turma, onde este sábado surgiu uma estudante infetada com coronavírus, para ficar em confinamento. As aulas vão continuar a ser presenciais.

O AgoraMadeira foi contactado por várias estudantes que se mostraram incrédulas pelo facto da UMa ter apenas comunicado aos alunos para estarem atentos a eventuais sintomas e não ter dado conta da necessidade de confinamento, como aliás já aconteceu na própria instituição noutra recente situação. Ainda para mais quando, e segundo foi possível apurar, uma das alunas, colega da estudante infetada, contactou a Linha SRS24 e foi-lhe dito para ficar confinada até ordem em contrário.

Uma das colegas da estudante infetada, numa conversa com o AgoraMadeira, lamenta toda a situação:

«Na terça-feira, uma colega, da Licenciatura em Psicologia, reportou que a mãe tinha testado positivo. A minha turma – turma da jovem em questão – teve de se deslocar à universidade na mesma, não ficando em confinamento como tem acontecido em todas as outras instituições de ensino. Hoje, a colega testou positivo e esperamos medidas da universidade, mesmo que tardiamente. No entanto, fomos informados que tudo se mantém. As aulas continuam de forma presencial e temos de continuar a ir às aulas. Basicamente não existe plano a aplicar, isto apesar de a Linha de Saúde ter dito que devíamos ficar confinados, quando uma colega a contactou. Este caso suspeito nunca foi tornado público e as aulas mantiveram-se e mantêm-se como se nada fosse, mesmo que agora tenha dado positivo», lamentou uma das alunas.

Outra colega de turma também contactou o AgoraMadeira e reforçou a incredulidade com o que está a acontecer na universidade.

«Quando foi comunicado que a mãe da colega estava infetada, e os alunos estiveram em contacto direto com a colega no dia anterior, disseram para continuar na universidade. A colega foi para isolamento, enquanto os restantes colegas no próprio dia realizaram uma avaliação escolar, com a justificação da universidade de que a sua probabilidade de infeção era de baixo risco (o mesmo foi dito sobre a tal colega). Um caso semelhante ocorreu no curso de Ensino Básico, onde uma turma foi colocada em isolamento sem qualquer contacto direto com alguém infetado. No caso relatado na notícia hoje, houve contacto direto com a aluna na passada segunda feira e os alunos pensavam que iriam ser colocados em isolamento. Pelos vistos, a Universidade da Madeira não tem a mesma opinião e disse para continuar com as medidas de segurança e com as aulas presenciais, o que, curiosamente, vai contra o que Linha de Saúde já referiu. Este caso, quando em comparação a casos semelhantes na mesma instituição, não pode passar despercebido», observou a aluna que optou por manter o anonimato.