Miséria no Porto Moniz

Miséria no Porto Moniz

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Acena com a mão quando alguém lhe fala, dando a entender que está bem. Não comunica. Uma pequena cabana de madeira com um telhado de zinco parece-lhe servir.

A manta, a mala de viagem e alguns mantimentos, trazidos pelo dono do terreno, permitem a este imigrante ucraniano viver o dia-a-dia. O feno utilizado para o gado serve-lhe de aquecimento para as noites frias, na Santa, no Porto Moniz. Há duas semanas que é assim.

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“Segundo consta, ele foi Sargento na Ucrânia. Parece pensar que ainda está nalgum momento de guerra”, conta ao AgoraMadeira o proprietário do terreno em causa que preferiu manter o anonimato.

“Há dias pegou numa bicicleta que lá estava e andou aos círculos, à volta de uma casa. Deve ter feito uns dois ou três quilómetros. Nunca mais parava”, recorda.

Através do AgoraMadeira, este residente na freguesia da Santa formulou um pedido: “Faço um apelo às entidades competentes que intervenham e resolvam a situação deste homem. Não há condições nenhumas naquele barracão para alguém viver. Ele precisa de ajuda”, apela. homem2

Homem trabalhava numa padaria no Porto Moniz

O imigrante natural da Ucrânia, na casa dos 40 anos, está sozinho na Madeira. Perdeu o trabalho há relativamente pouco tempo depois de alegadamente ter começado a manifestar problemas mentais. Trabalhava numa padaria no Porto Moniz mas o desemprego terá agravado o estado clínico.

“Ele já fez antes um tratamento e teve alta. Mas tem um papel do médico a dizer que tem de ser medicado e precisa de acompanhamento”, conta o proprietário do terreno, assumindo que os vizinhos estão “revoltados com a situação” mas também preocupados.

“Ele não tem feito mal a ninguém, mas é normal que há quem sinta algum receio devido aos problemas mentais que tem”, realça, concluindo com um novo apelo: “Este homem precisa mesmo de ajuda!”