A prova realiza-se em Abril mas a organização do Madeira Island Ultra Trail (MIUT), a cargo do Clube de Montanha do Funchal, está nas serras desde Janeiro. O objetivo é limpar e preparar uma parte do trajeto, principalmente, alguns dos trilhos mais complicados.

“Começamos no início do ano em locais identificados que não são percursos recomendados, ou seja, que não são percursos turísticos, ou aqueles mais conhecidos, pois esses são da responsabilidade da Direção Regional de Florestas”, começa por explicar Sérgio Pedigão, da organização do MIUT.

O trabalho consiste na construção de degraus de madeira para ajudar à progressão dos trailers, mas não só. “Se o terreno for mais mole temos de colocar estacas, para além de cavar, mas para além dessa parte também limpamos os trilhos e cortamos as árvores caídas a meio do caminho”, realça, lembrando que todo o material utilizado foi comprado pelos próprios.

“Somos um pequeno grupo formado por cinco/sete pessoas e temos vindo a trabalhar durante os fins de semana, sábados e domingos, durante o dia todo”, salienta. A distância da maioria destes trilhos das estradas obriga os elementos da organização a andarem algum tempo a pé para chegarem aos sítios, o que não retira entusiasmo. “Nós divertimo-nos. Fazemos isto por gosto”, sorri.

TRABALHO “MAIS SÉRIO E FORTE” ESTE ANO

O objetivo do Clube de Montanha do Funchal na realização de todo este trabalho é claro: “Dar mais segurança à prova.” Um trabalho que tem sido feito em todas as edições, mas este ano foi reforçado. “Estamos agora a fazer um trabalho mais sério, mais forte, em zonas que são muito inclinadas”, conta, dando como exemplo o sítio das Funduras na zona da Crista.

“É uma zona onde vão passar os participantes de todas as provas, por isso a nossa preocupação ser acrescida. Para além disso, o facto de ser uma parte final de todo o trajeto leva-nos também a querer dar mais condições para que o fim da prova não seja complicado para muitos”, acrescenta Sérgio Perdigão.

Apesar de tudo, fica o lamento por tudo o que está a ser feito neste campo nem sempre estar a ser devidamente valorizado por alguns participantes. “Os trailers que andam bem não valorizam tanto e chegam a dizer que é uma perda de tempo, mas outros dão valor ao que fazemos”, conclui.

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