Política monetária

Política monetária

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Pedro Trindade / Economista

Seguindo o pensamento do último artigo, agora o BCE vai poder comprar dívida dos estados membros da EU. E como andam para aí políticos a falar “temos que ter mecanismos para compensar as assimetrias geradas pelo Euro”. E trocando isto por miúdos, vou tentar esmiuçar a questão a modos de um bom português do povo.

Vamos lá ver, quando o Banco Central faz política monetária expansiva, “derrama” moeda sobre a economia e faz baixar o custo de pedir dinheiro emprestado para se investir, ou seja, é quando se costuma ouvir dizer que o Banco Central baixou as taxas de juro. Quando esta política ocorre, por haver mais euros, há uma valorização das moedas estrangeiras, o que para certas exportações é bom. E o caso Português é um bom exemplo, quando o euro fica mais “barato”, aumentam as exportações de calçado, têxteis, vinho, azeite, turismo, estas áreas em que somos bons.

Tudo isto acontece por sermos uma pequena economia, muito exposta ao resto do mundo, e que por um simples empurrão do Banco Central se torna mais competitiva. No entanto, quando temos economias na nossa Zona Euro que são Grandes, e quando digo grandes digo o maior exportador do mundo em termos de bens de valor acrescentado tipo BMW, Mercedes-Benz, e Audi Volkswagen, estas políticas monetárias já não são tão clarividentes. Pois nenhum destes gigantes fica muito contente quando vê os seus preços a serem pressionados.

Concluindo outra vez em economia, uma medida que beneficia um estado membro pode não beneficiar o outro estado membro, pois apesar de pertencerem ao mesmo espaço monetário, os seus níveis de desenvolvimento são bem diferentes, pois ajustar a produção de BMW de um dia para o outro não é a mesma de ajustar um litro de azeite.