A propósito!

A propósito!

Por
0

Sancho Freitas / Diretor Financeiro do CS Marítimo

Sancho Freitas

A propósito de economia…

Primeiro.O país, qualquer país, precisa de consolidação e estabilidade orçamental. Sustentadas, o que implica necessariamente crescimento económico. Ora, porque 2015 fica marcado como o primeiro pós-troika, não podemos admitir tentações eleitoralistas. Porque os recursos são escassos. É sobre esta realidade que assenta toda a economia. Se assim não fosse, nem sequer desta se falaria. Mas, vinque-se… os escassos recursos são nossos.

Segundo. Desenganem-se aqueles que pensam que a competitividade e o crescimento do nosso Centro Internacional de Negócios dependem apenas de estabilidade e de uma reduzida taxa de IRC. Não o é. Diversas outras praças europeias podem oferecê-lo, sem os nossos bastos constrangimentos geográficos. O sucesso da nossa praça depende da competitividade da nossa taxa de IVA. Chamariz para a instalação de empresas prestadoras e exportadoras de serviços. E essencial, juntamente com uma dinâmica permanente da atividade turística, para podermos ambicionar taxas de crescimento ao nível das verificadas num passado recente.

Terceiro. Acessibilidades. Constrangimentos do PAEF à parte, defendo – isoladamente, reconheço – que se promova o surgimento de uma companhia aérea madeirense. Mas sou contra a entrada da RAM no capital da SATA. Defendo uma só nossa, ou controlada por nós, pensada e negociada com a República, vocacionada para combater a usura hoje praticada nas viagens entre a Região, Lisboa e Porto, mas também cuidada para as comunidades e orientada para as necessidades da nossa atividade turística. E não é tão oneroso como se poderá, à partida, pensar. Desafio os responsáveis a fazer contas. Aos encargos e aos benefícios.

A propósito de política…

Cai o pano sobre um ciclo da vida política regional. O único que muitos madeirenses conheceram. Tudo na balança, a verdade é que foi um período de desenvolvimento acelerado. Pena que, há meia dúzia de anos, quando o contexto socioeconómico se alterou, se tenha, por ação ou omissão, tentado perpetuar o que se sabia ser efémero. Saiu caro. Que nos sirva de lição. A todos.

Novo ciclo. Nos cargos públicos, precisamos mais do que nunca dos melhores. Dos mais competentes e dos mais capazes. Dos mais responsáveis. O próximo Governo Regional deve valorizar devidamente o Parlamento regional. E o Parlamento tem de se valorizar a si próprio. E, se tudo o resto falhar, compete-nos garantir que assim é. A todos.

A propósito de nada…

 Cansado, um viajante decidiu pedir comida e guarida numa casa que encontrou pelo caminho. Convidado a entrar, ficou surpreso com a ausência quase total de mobília.

– “Onde estão os seus móveis?” Perguntou o viajante.

– “E onde estão os seus?” Retorquiu o dono da casa.

– “Os meus? Mas eu estou aqui só de passagem.”

– “Eu também!”