Sei o que fizeste ao meu partido. E não me esqueço!

Sei o que fizeste ao meu partido. E não me esqueço!

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Carina Ferro/Gestora de Projetos Comunitários

O meu partido sempre defendeu primeiro os superiores interesses da Região e do País, sempre procurou dinamizar os seus militantes e simpatizantes para as grandes tarefas do futuro.

Eu sou da geração do pós 25 de abril, por isso nunca senti verdadeiramente o que seria viver em ditadura, mas compreendo. Compreendo que os superiores interesses da Pátria falassem mais alto na hora de fazer cair o Regime. E, apesar das grandes divergências entre Mário Soares e Álvaro Cunhal, a Revolução deu-se, fez-se, e marcou a viragem histórica que a Madeira não conseguiu presenciar em 2015.

Lembras-te? Se calhar já tinhas idade para perceber o que se passava, e o que aconteceu. Se calhar até foi por isso que te militaste. Mas, lembras-te? Lembras-te da razão pela qual te militaste? Eu lembro-me. Chamem-me ingénua, chamem-me o que quiserem, mas eu acredito que há algo melhor no futuro do que aquilo que certos indivíduos no poder nos proporcionam.

Eu acredito no meu partido. Mas não acredito naquilo em que transformaste o meu partido nos últimos anos. É uma autêntica vergonha que tu e os teus pares tenham levado o meu partido ao colo com pretensões pessoais que não são as pretensões do povo madeirense.

Vê bem onde chegámos. E a culpa não é do meu partido, é tua. Tu humilhaste, enxovalhaste e desrespeitaste o meu partido quando decidiste que a tua ambição pessoal era mais válida do que devolver a dignidade aos madeirenses.

A oportunidade era histórica, e dificilmente teremos nova oportunidade. Era tão fácil, repara: quem pensa nos madeirenses antes de olhar para o seu umbigo, sabe que abdicar de ser cabeça de lista para viabilizar uma coligação alargada seria o caminho certo a seguir. Há uma coligação nacional PSD/CDS que transformou Portugal no rato de laboratório dos testes da Troika, e nós sentimos isso todos os dias; estamos a sofrer mais aqui porque ainda temos como bónus o PAEF; em cima disto, não deve haver uma família que não tenha lidado com a saída de um ente querido por falta de emprego; muitos perderam casa, outros tantos perderam o emprego, e ainda assim tu não consegues ganhar?

Credibilizar, credibilizar, credibilizar! Sempre foi esse o caminho! Demonstrar aos madeirenses que somos capazes de governar, que temos pessoas tão capazes quanto o partido de Governo e que seríamos capazes de ir “taco a taco” disputar estas eleições. Mas não contigo. Contigo a estação de comboios fechou. Tiraram-nos o “comboio da liberdade”.

Não sei se analisaste bem os resultados eleitorais. Eu analisei. Não reparaste que foste tu que entregaste a vitória a outro numa travessa banhada no suor e sofrimento dos madeirenses? Tu e a tua ambição pessoal, imbuídos de um ensejo inexplicável de justificares a tua incapacidade de criar empatia com o povo, decidiste que o meu partido deveria apostar numa estratégia de crítica fácil com uma componente satírica que já nenhum madeirense consegue suportar. O meu partido é um partido necessário à salvaguarda da democracia, tem uma declaração de princípios, tem pessoas competentes, tem ideais, e tem honra. Renasceremos das cinzas, mas não contamos contigo.