Uso do medicamento – Somos todos responsáveis

Uso do medicamento – Somos todos responsáveis

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Bruno Olim Ferreira / Presidente da delegação regional da Ordem dos Farmacêuticos da Madeira

No âmbito das comemorações do dia do Farmacêutico, a 26 de Setembro de 2014 foi lançada pela Ordem dos Farmacêuticos a campanha: Uso do medicamento – Somos todos responsáveis. Esta é uma campanha reputada da mais elevada importância, pelas implicações directas na Saúde da população.

O medicamento veio contribuir para a melhoria da eficiência dos sistemas de saúde, sendo o medicamento uma das tecnologias actuais que mais contribui para o aumento da longevidade e da qualidade de vida. O medicamento tem por isso de ser observado como investimento actual e de futuro na saúde das populações, pois a problemática da sustentabilidade dos sistemas de saúde resolve-se também com o aumento da eficiência do mesmo, através da identificação do potencial não aproveitado:

A OMS estima que 50% da medicação não é utilizada correctamente; A poupança estimada pelo Uso Responsável do Medicamento é de 370 mil milhões de Euros, o que corresponde a 8% da despesa mundial em Saúde.

Todos os intervenientes na cadeia do medicamento são responsáveis pelo seu uso racional, ou seja, desde a sua produção, autorização de comercialização, prescrição, dispensa, administração e respectiva utilização pelo utente. Este é um conceito importante, pois a tendência era observar a não utilização correcta do medicamento, como responsabilidade maior e por vezes única do utente.

Vejamos um exemplo prático: a não utilização de um medicamento que induz cura de uma patologia num determinado país, pelo facto de o decisor político não ter autorizado atempadamente o fármaco (questões financeiras ou burocráticas), leva a maior pressão no sistema pois os doentes não melhoram e não saem do sistema, isto é, nem há benefício de saúde para os doentes nem financeiro para o sistema de saúde.

O Uso Responsável do Medicamento é definido pela Federação Internacional Farmacêutica como, o medicamento certo, na dose certa, no momento certo, no doente certo, ao preço certo.
No fundo pretende-se sensibilizar, trazer para debate, identificar os problemas, isto por forma a gerar ganhos em saúde, não só financeiros mas principalmente em termos humanos, clínicos, para o individuo, e sistema de saúde.

O farmacêutico pela sua multidisciplinaridade, pelo seu superior conhecimento técnico/cientifico e pela sua intervenção holística na cadeia do medicamento, detém um papel de relevo no Uso do Medicamento, não obstante como definido pela FIP este é sempre um esforço integrado e que só dessa forma com a coordenação entre os intervenientes na cadeia do medicamento será bem sucedido.